"Eles podem escravizar o meu corpo, mas a mente é minha"

Este livro é uma viagem histórica pela guerra civil espanhola, onde meio milhão de espanhóis morreram numa luta fundamentalista e outros tantos se viram obrigados a fugir e se refugiar fora do seu país, durante décadas.

Não é uma leitura fácil, tem bastantes descrições dos horrores vividos em ambientes de guerra, da perseguição efetuada aos desertores, dos fuzilamentos em massa, das condições precárias dos soldados e das condições desumanas dos presos políticos.

A história de amor impossível da Mercedes e Javier funciona como o fio condutor do passado ao presente. Apreciei muito, não só a contextualização histórica, mas também a descrição dos contextos sociais à época. É uma historia de resiliência e resistência humana muito bem enquadrada.

Eu gostei muito da narrativa que apesar de não abordar um tema fácil, consegue ligar o leitor à história e fixar-nos no seu enredo e na intenção de descobrir o que aconteceu com as personagens.

Não tinha qualquer conhecimento sobre a guerra civil mas o livro despertou a curiosidade e vi-me a efetuar pequenas pesquisas sobre os lugares, o contexto e acontecimentos descritos.

O ponto negativo:
Não me senti ligada à historia da Sónia, a personagem principal contemporânea, que procura as suas raízes em Espanha.

O ponto positivo:
A família Ramirez. Cada um na sua individualidade dá um contributo fundamental à historia.

O livro é de 2008, retrata fundamentalmente um período histórico entre 1936 - 1939/1940, mas facilmente poderia ser enquadrado em qualquer pais do mundo ocidental do século XXI, onde os movimentos fundamentalistas se vêm a proliferar.